Saturday, April 29, 2006

A ESPADA

Incandescente
o liquído víscoso
escorre pela forma.
A água
gelada
expulsa
todas as impurezas restantes
e acalma a fúria
do calor abrasador.
O ferro
é torcido
e retorcido
pelos braços fortes
cansados
do corpo
duramente fustigado
ao longo das experiências
de uma vida...
Pequenos projécteis
lançam-se furiosos
escorregando
na parede de cabedal
que protege
o coração galopante
As queimaduras
ainda gritam
após tantos anos
mas os pulsos
já não sentem dor
pelas investidas
infinitas
do martelo empunhado.
Sopra o fole
atiçando o carvão
obrigando-o a desintegrar-se
de si
e a reintegrar-se
na essência
do metal.
"Bate! Bate!"
chora a pele
escorre o sangue
mas cai o sol
e o amanhã exige.
Noventa vezes
lhe pegou
e eis que
a espada surge
brilhante
luzente...
Afiada!
O aço?
Sublime!
O equilíbrio perfeito
O guarda-mão esculpído
Digna de um Deus da guerra

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